PetiçõesVara da Fazenda PúblicaExecutada

Petição de Nomeação de Bem à Penhora em Execução Fiscal

Petição de Nomeação de Bem à Penhora

Criado

27 de abril de 2025

Atualizado

27 de abril de 2025

Jurisdição

br

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA {NUMERO_DA_VARA} VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA {CIDADE_DO_TRIBUNAL}

****

Proc. nº. {NUMERO_DO_PROCESSO}

Exequente: {NOME_PARTE_EXEQUENTE}

Executada: {NOME_PARTE_EXECUTADA}

{NOME_PARTE_EXECUTADA}, sociedade empresária de direito privado, estabelecida na {ENDERECO_DA_EMPRESA}, nesta Capital, inscrita no CNPJ(MF) nº. {CNPJ_DA_EMPRESA}, vem, com o devido respeito a Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono, para, com fundamento no **art. 9º, inc. III, da Lei de Execuções Fiscais**## **NOMEAR BEM À PENHORA,**

em razão dos motivos de ordem fática e de direito, abaixo evidenciadas.

### **1. Considerações fáticas essenciais**

                                      A executada citada, para, no prazo de cinco dias, pagar o débito exequendo. (LEF, art. 8º) Esse montante, consoante estatuído na peça inaugural da execução fiscal, evidencia o expressivo montante de {VALOR_DEBITO}.

                                      Há, decerto, encargos indevidos nessa soma perseguida. Todavia, será esse o valor que, de pronto, a exequente tentará receber, nomeadamente com tentativa de constrição, via Bacen-Jud, de ativos financeiros da executada. Até porque, mostra-se como primeiro da gradação legal (LEF, art. 9º, inc. I).

                                      Nessa enseada, necessário demonstrar, sobremaneira com robusta prova documental, que, neste momento, a impugnada se encontra em situação financeira deficitária.

                                      Com o propósito de verificar o grau de endividamento, comprometimento tributário e salarial, colacionam-se os seguintes documentos: projeção de receita da empresa (doc. 01); totalidade dos funcionários e a respectiva soma necessária para pagamento desses (doc. 02); as despesas fiscais mensais (doc. 03); as despesas operacionais permanentes (doc. 04); despesas mensais com fornecedores nos últimos 3 meses (doc. 05); contrato social da empresa em que se evidencia um capital social diminuto (doc. 06); apontamentos na Serasa (doc. 07); além de outros documentos diversos que sustentam a dificuldade financeira que passa a empresa executada (docs. 08/12).

                                      Desse modo, sem dúvida, o eventual bloqueio, e posterior penhora, dos seus ativos financeiros bancários, qualifica-se como perigoso gravame à saúde financeira da empresa executada.### **2. O risco de dano iminente**

                                      Verdade seja dita, a simples penhora de {PERCENTUAL_PENHORA} sobre o faturamento bruto de uma sociedade empresária, já é o suficiente para provocar desmesurados danos. Na realidade, pouquíssimas são as empresas brasileiras que suportariam isso, vez que, no caso, inexiste sequer a dedução dos custos operacionais. Cediço, de mais a mais, que a margem de lucro chega quase a esse patamar de percentual, acima destacado.

                                      Com isso, máxime em função da expressiva quantia, certamente trará consequências nefastas e abruptas, tais como o não pagamento das suas obrigações sociais, máxime folha de pagamento, fornecedores, encargos tributários, consumo de energia e água etc.

                                      De outro turno, é inconteste (CPC, art. 374, inc. I) que o cenário atual das finanças do País é um dos piores de todos os tempos.

                                      Nesse passo, urge evidenciar o teor substancial inserto na Legislação Adjetiva Civil:

**CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL**

Art. 1º - O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código.

Art. 8º - Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

                                                  Não bastasse isso, a execução deverá ser conduzida de sorte a ser o quanto menos gravosa à parte executada (CPC, art. 805).

                                      Em abono ao exposto acima, urge transcrever novamente o magistério de **José Miguel Garcia Medina**:

> _II. Restrições à penhora de percentual de faturamento de empresa. A penhora de percentual de faturamento da empresa é excepcional, admissível ‘se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado’ (CPC/2015, art. 866, caput). Admitida tal modalidade de penhora, deverá o juiz fixar ‘percentual que propicie a satisfação do crédito exequendo em tempo razoável, mas que não torne inviável o exercício da atividade empresarial’ (§ 1º do art. 866 do CPC/2015). Observa-se, aqui, o que dispõe o art. 805 do CPC/2015..._

                                      Também com clareza solar, é a cátedra de **Haroldo Lourenço**, _in verbis_:

> _Penhora em dinheiro é diferente de penhora em faturamento (art. 866), nesse sentido, deverá o exequente demonstrar que não há outros bens para realizar a penhora do faturamento. O dinheiro é o primeiro patrimônio na ordem de preferência de penhora, enquanto o faturamento é o décimo (art. 835, X, do CPC/2015). Nesse sentido, o STJ entende que a penhora sobre o faturamento da empresa só é admitida em circunstâncias excepcionais, quando presentes os seguintes requisitos: (a) não localização de bens passíveis de penhora e suficientes à garantia da execução ou, se localizados, de difícil alienação; (b) nomeação de administrador (arts. 862 e seguintes do CPC/2015); (c) não comprometimento da atividade empresarial._
>
> _Penhorando a conta corrente ou a conta-investimento serão retirados valores de uma pessoa física, todavia, recaindo a penhora sobre a pessoa jurídica, há que se distinguir o que é dinheiro e o que é faturamento, vinculado ao capital de giro daquela pessoa jurídica, pois, nessa última hipótese, é extremamente gravosa a penhora, podendo levar, inclusive, à quebra da empresa. E, ainda, deve ser observado o art. 862, que determina a nomeação de administrador-depositário, com a atribuição de submeter à aprovação judicial a forma de efetivação da constrição, bem como de prestar contas mensalmente, entregando ao exequente as quantias recebidas, a fim de serem imputadas no pagamento da dívida..._                                                               E isso, igualmente, nos remete aos preceitos legais que preservam a função social dos contratos (CC, art. 421).

                                               No plano constitucional observemos que:

**CONSTITUIÇÃO FEDERAL**

Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

( . . . )

III - a dignidade da pessoa humana;

( . . . )

IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

E ainda no mesmo importe:

**( ... )**## Características deste modelo de petição

**Área do Direito:** Tributário

**Tipo de Petição:** Nomeação bem à penhora

**Número de páginas:** 10

**Última atualização:** 27/02/2024

**Autor da petição:** Alberto Bezerra

**Ano da jurisprudência:** 2022

**Doutrina utilizada:** _Haroldo Lourenço, José Miguel Garcia Medina_

Histórico de atualizações

- 27/02/2024 - _Inseridas notas de jurisprudência de 2022_
- 03/03/2020 - _Acrescidas notas de jurisprudência de 2020_
- 13/11/2019 - _Inseridas notas de jurisprudência de 2019._
- 28/11/2017 - ___

Sinopse

Trata-se de modelo de petição com **indicação de bens à penhora pelo devedor** ( **LEF, art. 9º, inc. III**), em Ação de Execução Fiscal, em que, na hipótese, oferece-se à penhora 5% do faturamento mensal da empresa.

A fundamentar o pedido, a executada fora citada, para em cinco dias, pagar o débito fiscal exequendo. ( **LEF, art. 8º**)

Delineou-se, ainda, que, diante da ausência de bens certificada pelo oficial de justiça, passo seguinte seria a tentativa de penhora online de valores em conta corrente, via Bacen-Jud. Isso, máxime, porque se mostrava como primeiro da gradação legal. ( **LEF, art. 11, inc. I**)

Nessa enseada, trouxeram-se aos autos robusta prova documental, que, naquele momento, a empresa se encontrava em situação financeira deficitária.

Desse modo, sem dúvida, o bloqueio online, e posterior penhora, dos seus ativos financeiros bancários, qualificava-se como perigoso gravame à saúde financeira da executada.

Diante disso, com suporte no **art. 9º, inc. III da Lei de Execuções Fiscais (lei 6830/80)**, fora nomeado à penhora o percentual de 5% do faturamento originário de recebíveis.

Jurisprudência Atualizada

Jurisprudência Atualizada desta Petição:

**AGRAVO DE INSTRUMENTO. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. PENHORA ONLINE.**

Decisão agravada que deferiu penhora online de contacorrente do condomínio réu no percentual de 25% sobre a sua receita bruta. Possibilidade de penhora de faturamento do devedor. Art. 835, inciso XX do CPC. Súmula nº 100 do TJRJ. Agravante que alega que o percentual inviabiliza o desempenho das atividades admnistrativas do condomínio e que 30% do montante da dívida já fora pago. Redução que se impõe. Razoabilidade. Princípio da preservação da empresa. Menor onerosidade. Percentual que de ser reduzido para 5%, consoante jurisprudência dominante deste TJRJ. Provimento do recurso para reduzir o valor da penhora de faturamento para o percentual de 5%. (TJRJ; AI 0084982-44.2020.8.19.0000; Rio de Janeiro; Sexta Câmara Cível; Relª Desª Inês da Trindade Chaves de Melo; DORJ 16/09/2022; Pág. 282)

Outras informações importantes

Fim do modelo

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